O Museu de História da Bósnia e Herzegovina encontra-se em Sarajevo, não muito longe da margem oriental do rio Milijacka, à saída da zona mais antiga da cidade. Ainda é um bocadinho, mas faz-se bem a pé, especialmente num dia de clima agradável, quando os habitantes locais se agrupam por ali para usufruir da sua cidade.
Foi formalmente fundado logo após o fim da Segunda Guerra Mundial, em 1945, e desde então reuniu um espólio composto por cerca de 300 mil peças, que conseguiu manter a salvo da destruição causada pela guerra civil de finais do século XX. Inicialmente encontrava-se alojado nas instalações da Biblioteca Nacional, onde permaneceu até 1963, quando ganhou um lar próprio. O edifício foi desenhado em 1959 por Boris Magaš, Edo Šmidihen e Radovan Horvat, num estilo único inspirado nos conceitos de Mies van der Rohe, feito de unidades cúbicas com generosas superfícies em vidro que permitem o acesso fácil de muita luz natural, transmitindo uma ideia de espaço aberto.
Durante um período de tempo alargado o museu esteve encerrado, por razões algo dúbias relacionadas com o seu financiamento. Reabriu ao público em 2015.
Apesar de teoricamente cobrir a temática global da história da Bósnia e da Herzegovina a exibição encontra-se bastante focada no tema da guerra recente e do cerco de Sarajevo. São temas interessantes, mas talvez devessem ter um museu dedicado, deixando o Museu de História da Bósnia e Herzegovina abordar de forma geral o passado das regiões que hoje constituem o país.
Alguns dos principais motivos de interesse do museu encontram-se forjados no próprio edifício. É o caso do vitral “Morte ao Fascismo, Liberdade para o Povo”, de 1966, criado pelo artista Vojo Dimitrijević. Ou do mosaico na base da escadaria que conduz ao primeiro andar, contando em planos abstractos a história do país, também de 1966 e da autoria de Mladen Srbinović.
Fica na memória a galeria de imagens mostrando um “antes e depois” de diversos edifícios de Sarajevo: o antes da restauração, ou seja, durante ou logo após a guerra, e o depois, renovados, reparados… ou nem tanto.
Bem conseguida a exposição dedicada ao quotidiano comum de um apartamento da Sarajevo do início dos anos 90 e, claro, a extensa colecção sobre os dias do cerco, com muitos objectos com estórias para contar.
Em suma, é um pequeno museu de história, demasiado pequeno para um país das dimensões da Bósnia e Herzegovina. Recomenda-se a visita, que é agradável, mas as expectativas não deverão ser colocadas numa fasquia elevada.
O museu encontra-se aberto todos os dias desde as 9 da manhã até às 7 da tarde. Um horário generoso, talvez inédito em museus das suas dimensões. O custo do bilhete é de 2,50 Eur (5 KM). Uma visita guiada em inglês pode ser arranjada, por 15 Eur (30 KM). Para mais informações recomenda-se o website oficial do museu.